Isabel foi a primeira tatu-canastra fêmea a receber um rádio-colar para monitoramento
Com mais de 20 anos de vida, Isabel é muito mais que uma tatu-canastra, é um marco na história da ciência e da conservação ambiental no Brasil. Primeira da espécie a ser monitorada no Pantanal pelo , do Icas (), Isabel abriu caminhos fundamentais para o conhecimento sobre um dos mamíferos mais misteriosos da fauna brasileira.

Até o início dos anos 2000, muito pouco se sabia sobre o tatu-canastra (Priodontes maximus) — o maior tatu do mundo.
Informações sobre seus hábitos, comportamento reprodutivo ou mesmo expectativa de vida eram praticamente inexistentes. Mas foi com Isabel que tudo começou a mudar.
Informações sobre seus hábitos, comportamento reprodutivo ou mesmo expectativa de vida eram praticamente inexistentes. Mas foi com Isabel que tudo começou a mudar.
Batizada carinhosamente pela equipe do projeto, Isabel foi a primeira tatu-canastra fêmea a receber um rádio-colar para monitoramento.
Com ela, os pesquisadores conseguiram registrar um filhote pela primeira vez, além de entender como a espécie se movimenta, quais habitats prefere e como se reproduz.

“Ela abriu as portas do conhecimento sobre a espécie e nos ensinou muito do que hoje sabemos sobre esse animal tão enigmático”, resume a equipe do Icas.
As informações coletadas nos primeiros anos com Isabel ajudaram a traçar estratégias mais eficazes de proteção e contribuíram para que o tatu-canastra fosse incluído em políticas públicas de conservação da biodiversidade.
A importância de Isabel transcendeu fronteiras. Em 2017, a BBC exibiu o documentário “Hotel Armadillo: Natural World”, que trouxe imagens inéditas de seus hábitos e do nascimento de seu filhote.
O filme destacou as descobertas dos primeiros sete anos de pesquisa, encantando audiências ao redor do mundo e colocando o trabalho do ICAS em evidência internacional.

O capítulo mais recente dessa história aconteceu em 2023, quando Isabel foi novamente registrada por armadilhas fotográficas no Pantanal.
A identificação foi possível graças ao padrão único de suas escamas, que funciona como uma espécie de impressão digital.
O reencontro trouxe uma descoberta surpreendente: Isabel já ultrapassou duas décadas de vida, algo até então inédito na literatura científica sobre a espécie.

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